Consumidores dizem ser sustentáveis, mas não mudam seus hábitos de consumo.
Quando pergunta para uma pessoa se ela deseja ser sustentável, contribuir com o planeta, lógico que todos respondem que sim. Mas você realmente está fazendo algo para mudar.
Possuir uma vida saudável é o que almeja todas as pessoas, ter alimentos sem agrotóxicos, uma água limpa, reciclar o lixo que produz diminuindo seu impacto ecológico. Um novo estilo de vida que tem sido cada vez mais adotado pelas pessoas, tudo isso é muito bonito na teoria, mas já parou para pensar se você está fazendo isso?
Uma pesquisa chamada “Panorama do Consumo Consciente no Brasil”, que o Instituto Akatu lança em São Paulo. Foram entrevistadas 1.090 pessoas com mais de 16 anos, de todas as classes sociais e de 12 capitais ou regiões metropolitanas, entre 9 de março e 2 de abril deste ano.
A pesquisa procurou saber o ranking de dez preferências do consumidor, para isso, foi oferecido algumas opções de condutas aos entrevistados, eles deveriam optar determinados comportamentos, o que queriam e o que não queriam. O anseio consumista que aparece com mais evidência é o de possuir carro próprio, predominante nas classes C, D e E (renda média de R$ 708.19 a R$ 2.965,69).
A pesquisa ainda identifica aumento do número de pessoas que já incorporam mais de cinco práticas sustentáveis no seu dia a dia, os chamados iniciantes em consumo sustentável: em 2021, eram 32% dos entrevistados, e, agora, são 38%.
A pesquisa divide os perfis ecológicos em quatro modalidades: indiferente, iniciante, engajado e consciente. 13 comportamentos servem de base. Considera-se indiferente o consumidor que pratica de zero a quatro, iniciante o que pratica de 5 a 7, engajado, de 8 a 10, e conscientes, de 11 a 13.
O maior nível de consciência tem viés de idade, qualificação social e educacional: 24% dos mais conscientes têm mais de 65 anos, 52% são das classes A e B (renda entre R$ 5,4 mil e R$ 23,3 mil) e 40% possuem ensino superior.
“A pesquisa mostra que há desejo de ser mais sustentável, mas que ele não se realiza a contento”, diz Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu. “Cabe às empresas diminuir as barreiras e entre os iniciantes está a grande oportunidade de recrutamento para ampliar as práticas do consumo consciente“, afirma.
Também são apontados na pesquisa barreiras e gatilhos para o consumo de produtos sustentáveis. Entre as barreiras, estão: esforço, espaço, privação de prazeres e desconfiança. Esforço é barreira para 60% dos entrevistados e o maior de todos os esforços é o preço, para 25%.
“A ideia de que ser sustentável é mais caro decorre da fama antiga dos alimentos orgânicos”, diz Helio Mattar, diretor-presidente do Akatu. “Embora hoje a oferta seja maior e os preços, mais baixos, persiste esse mito, que se espalha para as outras práticas”.
Caso você se sinta lesado de alguma forma, acesse a plataforma do advogado online para defesa do consumidor e saiba como defender seus direitos.